quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

25 conquistas das mulheres no Brasil

Neste artigo, vamos abordar as conquistas históricas das mulheres no Brasil. Estas conquistas são importantes, mas não podemos esquecer dos abusos e injustiças sofridos pela mulher, muitos em nosso país, e que precisam ser erradicados.
PIntura da imperatriz Maria Leopoldina em frente a acessores
Pintura da imperatriz Maria Leopoldina em frente a acessores

- 1822: Maria Leopoldina Josefa Carolina, arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil, exerce a regência, em 1822, na ausência de D. Pedro I, que se encontrava em São Paulo. A imperatriz envia-lhe uma carta, juntamente com outra de José Bonifácio, além de comentários a Portugal criticando a atuação do marido e de dom João VI. Ela exige que D. Pedro proclame a independência do Brasil e, na carta, adverte: “O pomo está maduro, colhe-o já, senão apodrece”.

- 1827: surge a primeira lei sobre educação das mulheres, permitindo que freqüentassem as escolas elementares; as instituições de ensino mais adiantado eram proibidas a elas.

- 1879: As mulheres têm autorização do governo para estudar em instituições de ensino superior; mas as que seguiam este caminho eram criticadas pela sociedade.

- 1885: A compositora e pianista Chiquinha Gonzaga estreia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”. É a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma orquestra. Precursora do chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”. Escreveu ainda 77 peças teatrais.

- 1887: Formou-se a primeira médica no Brasil: Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram muitas dificuldades em se afirmar profissionalmente e algumas foram ridicularizadas.

- 1917: A professora Deolinda Daltro, fundadora do Partido Republicano Feminino em 1910, em plena República Oligárquica, lidera uma passeata exigindo a extensão do voto às mulheres.

- 1927: O Governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, consegue uma alteração da lei eleitoral dando o direito de voto às mulheres. O primeiro voto feminino no Brasil – e na América Latina! – foi em 25 de novembro, no Rio Grande do Norte. Quinze mulheres votaram, mas seus votos foram anulados no ano seguinte. No entanto, foi eleita a primeira prefeita da História do Brasil: Alzira Soriano de Souza, no município de Lages – RN.

- 1932: Getúlio Vargas, no início da Era Vargas, promulga o novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres brasileiras. A primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada, a nadadora Maria Lenk, de 17 anos, embarca para Los Angeles. É a única mulher da delegação olímpica.

- 1933: Nas eleições para a Assembléia Constituinte, são eleitos 214 deputados e uma única mulher: a paulista Carlota Pereira de Queiroz.

- 1937/1945: O Estado Novo criou o Decreto 3199 que proibia às mulheres a prática dos esportes que considerava incompatíveis com as condições femininas tais como: “luta de qualquer natureza, futebol de salão, futebol de praia, pólo, pólo aquático, halterofilismo e beisebol”. O Decreto só foi regulamentado em 1965.

Foto de Eunice Michiles, a primeira senadora do Brasil
Foto de Eunice Michiles, a primeira senadora do Brasil

- 1948: Depois de 12 anos sem a presença feminina, a delegação brasileira olímpica segue para Londres com 11 mulheres e 68 homens.

- 1960: Durante o Período Democrático, a grande tenista brasileira, a paulista Maria Esther Andion Bueno torna-se a primeira mulher a vencer os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e US Open). Conquistou, no total, 589 títulos em sua carreira.

- 1979: Eunice Michilles, então representante do PSD/AM, torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Senadora, por falecimento do titular da vaga. A equipe feminina de judô inscreve-se com nomes de homens no campeonato sul-americano da Argentina. Esse fato motivaria a revogação do Decreto 3.199.

- 1980: Recomendada a criação de centros de autodefesa, para coibir a violência contra a mulher. Surge o lema: “Quem ama não mata”.

- 1983: Surgem os primeiros conselhos estaduais da condição feminina (MG e SP), para traçar políticas públicas para as mulheres. O Ministério da Saúde cria o PAISM – Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher, em resposta à forte mobilização dos movimentos feministas, baseando sua assistência nos princípios da integralidade do corpo, da mente e da sexualidade de cada mulher.

- 1985: Surge a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher – DEAM (SP) e muitas são implantadas em outros estados brasileiros. Ainda neste ano, com a Nova República, a Câmara dos Deputados aprova o Projeto de Lei que criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. É criado o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), em lugar do antigo Fundo de Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para a Década da Mulher.

- 1988: Através do lobby do batom, liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, as mulheres obtêm importantes avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade a direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei.

- 1990: Eleita a primeira mulher para o cargo de senadora: Júnia Marise, do PDT/MG. Zélia Cardoso de Mello é a primeira ministra do Brasil. Ela assume a pasta da Economia no governo de Fernando Collor (1990-92).

- 1993: Assassinada Edméia da Silva Euzébia, líder das Mães de Acari, o grupo de nove mães que ainda hoje procuram seus filhos, 11 jovens da Favela de Acari (RJ), seqüestrados e desaparecidos em 1990. Ocorre, em Viena, a Conferência Mundial de Direitos Humanos. Os direitos das mulheres e a questão da violência contra o gênero recebem destaque, gerando assim a Declaração sobre a eliminação da violência contra a mulher.

- 1994: Roseana Sarney é a primeira mulher eleita governadora de um estado brasileiro: o Maranhão. Foi reeleita em 1998.

Foto de Nelida Piñon, a primeira mulher na Academia Brasileira de Letras
Foto de Nelida Piñon, a primeira mulher na Academia Brasileira de Letras

- 1996: O Congresso Nacional inclui o sistema de cotas, na Legislação Eleitoral, obrigando os partidos a inscreverem, no mínimo, 20% de mulheres nas chapas proporcionais.

- 1996: A escritora Nélida Piñon é a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras. Exerce o cargo até 1997 e é membro da ABL desde 1990.

- 1997: As mulheres já ocupam 7% das cadeiras da Câmara dos Deputados; 7,4% do Senado Federal; 6% das prefeituras brasileiras (302). O índice de vereadoras eleitas aumentou de 5,5%, em 92, para 12%, em 96.

- 1998: A senadora Benedita da Silva é a primeira mulher a presidir a sessão do Congresso Nacional.

- 2003: No Brasil do século XXI, Marina Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita senadora com o triplo dos votos do mandato anterior, assume o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula.

- 2010: Dilma Rousseff, é eleita a primeira presidente mulher do Brasil.
Fonte: http://www.historiadigital.org/curiosidades/25-conquistas-historicas-das-mulheres-no-brasil/

sábado, 21 de dezembro de 2013

Os maiores gênios da história da tecnologia


Neste momento, ao ler esta matéria, é bem possível que o leitor esteja utilizando ao menos um dos inventos concebidos por um dos homens a seguir. A maioria deles foi responsável por criar produtos e tecnologias usadas até hoje no mundo todo como o iPod, o iPhone, o iPad, a World Wide Web, por exemplo. Alguns deles são aclamados como verdadeiros gênios como é o caso do fundador da Apple, Steve Jobs. Outros, como o padre brasileiro Landell de Moura não tiveram a mesma sorte e nem sempre foram reconhecidos em vida como verdadeiros pioneiros da ciência.
Enfim, conheça a seguir um pouco sobre a vida e a carreira de alguns dos maiores nomes da ciência e tecnologia.
Alan Turing

Alan Turing, em 1951

O britânico Alan Turing é conhecido como o "pai da computação" ou "pai da informática". Sua contribuição para a ciência é ampla e vai desde a inteligência artificial até a criptografia, passando pela matemática e química. No entanto, Turing foi perseguido por ser homossexual (o que era crime no Reino Unido nos anos 50). Para não ser preso foi obrigado a passar por um processo de castração química. Acabou morrendo acidentalmente pela ingestão de cianeto pouco antes de completar 42 anos. Apenas em 2009 o governo britânico pediu desculpas pelo tratamento injusto dado a um de seus maiores gênios.
Tim Berners-Lee

Tim Berners-Lee propôs a criação da World Wide Web

Pode ser considerado o "pai da internet". Em 1989 propôs a criação da World Wide Web. Já no ano seguinte foi responsável por realizar a primeira comunicação bem-sucedida entre um cliente e o servidor através da rede mundial de computadores. Berners-Lee contou com a ajuda do cientista belga Robert Cailliau, do CERN. Hoje é um dos responsáveis por estabelecer os padrões usados na rede mundial de computadores.
Bill Gates

Bill Gates fundou a Microsoft

William Henry Gates III ou, simplesmente, Bill Gates fundou a Microsoft em 1975 ao lado de Paul Allen e ajudou a desenvolver o Windows, um dos sistemas operacionais mais usados no mundo todo. Um dos pioneiros da história da computação pessoal, o empresário já foi considerado o homem mais rico do mundo por 4 vezes. Deixou o comando da Microsoft em 2008 e hoje se dedica à filantropia, mas há rumores de que possa voltar ao comando da empresa.
Linus Torvalds

O criador do Linux, Linus Torvalds

O ano de 1991 pode não significar muito para os usuários do Windows ou Mac. Mas para os adeptos do Software Livre (ou seja aqueles num mundo onde os usuários de computador estão em primeiro lugar e os programas podem ser copiados e modificados livremente) o dia 5 de Outubro é uma data histórica. Nesse dia o finlandês Linus Torvalds anunciou a primeira versão do Linux, um sistema operacional de código-fonte aberto cuja distribuição mais famosa atualmente é o Ubuntu.
Steve Jobs

Steve Jobs fundou a Apple junto com Steve Wozniak

Em 1976, Steve Jobs fundou a Apple ao lado do seu amigo e xará Steve Wozniak. Os dois foram responsáveis pela criação do Apple I, um dos primeiros computadores pessoais da história. Perfeccionista e obcecado pelo design ajudou a transformar o mundo da tecnologia criando produtos que serão lembrados para sempre como o computador Macintosh, o player de música iPod, o celular iPhone e o tablet iPad.
Martin Cooper

Martin Cooper trabalhou por anos no desenvolvimento do celular

Hoje é praticamente impossível imaginar a vida sem o celular. E se alguém desejasse agradecer pessoalmente ao seu inventor, deveria fazê-lo ao norte-americano Martin Cooper que, durante anos, trabalhou no seu desenvolvimento. Em 3 de Abril de 1973 o engenheiro e diretor de sistemas de operações da Motorola fez a primeira ligação usando o Dynatac 8000X, considerado primeiro celular da história. O modelo era um legítimo tijolão, pesando cerca de 1 quilo e medindo 25 cm de comprimento e 7 cm de largura.
Bill Hewlett e David Packard

Bill Hewlett e David Packard fundaram a HP, em 1939 (Foto: Arquivo)

Em 1939 os dois estudantes da Stanford University, Bill Hewlett e David Packard fundaram a HP, uma das maiores e mais importantes empresas de tecnologia do mundo. A companhia nasceu numa garagem em Palo Alto, no Vale do Silício e começou com um investimento de apenas 538 dólares. O primeiro produto criado pela dupla foi um oscilador de áudio, que foi usado pela Disney para fazer testes de som na animação "Fantasia". Já as impressoras jatos de tinta da linha DeskJet ajudaram a baratear os custos de impressão em empresas e lares.
Padre Landell de Moura

O padre brasileiro Landell de Moura foi uma das primeiras pessoas a realizar a transmissão de voz sem fios no XIX …

O padre brasileiro Landell de Moura é um pioneiro. Pouco conhecido (e reverenciado) no país natal, o cientista e religioso foi uma das primeiras pessoas a realizar a transmissão de voz sem fios no XIX. Vários de seus inventos foram patenteados nos Estados Unidos incluindo um "telefone sem fio". Pouca gente sabe, mas seus estudos contribuíram para o desenvolvimento da fibra ótica. É o padroeiro dos radioamadores brasileiros. Infelizmente morreu sendo considerado um "bruxo" e não obteve apoio do governo para seus projetos. Apenas em 2012 seu nome foi incluído no Panteão da Pátria e da Liberdade.

Fonte: http://br.financas.yahoo.com/noticias/os-maiores-g-nios-da-hist-ria-da-184800073--finance.html?page=all

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

30 filmes para aprender história do Brasil

O Brasil foi descoberto em 22 de abril de 1500. Contando com um amplo leque de informações, selecionamos 30 filmes sobre história do Brasil. São filmes do período colonial, o processo de independência do país, o período imperial, instalação da República entre outros.

Confira lista dos filmes para você estudar a história do Brasil:

Descobrimento do Brasil / Período colonial do século 16

- Caramuru, a Invenção do Brasil
- A Missão
- Desmundo
- Como Era Gostoso o Meu Francês
- Hans Staden
- República Guarani

Brasil Colônia

- Carlota Joaquina
- Xica da Silva
- Tiradentes, o filme
- Independência ou Morte
- Os Inconfidentes
- Quilombo

Reinado

- Mauá, o Imperador e o Rei

Guerra do Paraguai

- Netto Perde Sua Alma

República da Espada

- Policarpo Quaresma

Imigração japonesa

- Gaijin: Os Caminhos da Liberdade

Começo do século 20
- Eternamente Pagu

Estado Novo e Era Vargas

- Olga
- Lamarca
- Memórias do Cárcere

Ditadura Militar

- Jango
- O que É Isso, Companheiro?
- Bye Bye, Brasil
- Pra Frente, Brasil
- Cidadão Boilesen
- Hércules 56
- Cabra Marcado Para Morrer
- O Bom Burguês
- Batismo de Sangue
- Zuzu Angel

sábado, 14 de dezembro de 2013

RELEMBRANDO 1929: O ANO DA QUEBRA DA BOLSA DE NOVA IORQUE - PARTE 1

Com o fim da 1ª Guerra Mundial, os EUA estavam ricos. As fábricas americanas produziam mais que o triplo de automóveis fabricados por todo o mundo.
Vivia-se uma época de euforia econômica; o que fez essa década ficar conhecida como "loucos anos 20"- era uma farra capitalista.
Havia muito investimento nas bolsas de valores, pois as ações subiam e subiam.
O capitalismo seguia sem influencia do Estado. Era o modelo de Adam Smith- Liberalismo Econômico.
Sem controle e com os empresário pensando só em lucros, a produção superou a capacidade de consumo da sociedade americana.
O documentário, lançado em 2008, combina raros arquivos das décadas de 20 e 30 com clássicos musicais do período para contar a história da turbulenta economia americana durante estes anos. Passa-se no ano e local onde tudo começou - e deixa os paralelos dos dias de hoje falarem por si mesmos.


Novo Telecurso - Ensino Médio - História - Aula 55 (1 de 2)

Nesta teleaula você vai ver como a prosperidade dos Estados Unidos, após a Primeira Guerra, esbarrou numa crise econômica que atingiu todo o mundo. Além disso, vai conhecer os problemas enfrentados pelas antigas potências européias e ver o desenvolvimento da União Soviética.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Documentário Abdias Nascimento, da TV Câmara - Parte 2

Documentário Abdias Nascimento, da TV Câmara - Parte 1

O documentário Abdias Nascimento, da TV Câmara, apresenta a vida de um dos maiores ativistas do movimento negro no Brasil.

Abdias Nascimento foi um dramaturgo, pintor, escritor, professor, deputado e senador da República. Em 1944, Abdias criou o Teatro Experimental do Negro. Na época, uma iniciativa totalmente insólita que tentava promover a inclusão de atores, diretores e autores negros. Dessa experiência revolucionária sairiam grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Léa Garcia e Ruth de Souza.
Mas essa é só uma das várias frentes de luta de uma vida toda dedicada à militância pelos direitos dos negros. Como parlamentar, Abdias Nascimento apresentou diversos projetos para reduzir a desigualdade racial. É dele o primeiro projeto de lei propondo ações compensatórias como políticas públicas de igualdade racial. No cenário político, Abdias figura como um dos expoentes do PDT, vinculado ao partido e ao seu criador, Leonel Brizola, desde as primeiras conversas para criação da legenda, ainda no exílio. 
No documentário, baseado no último grande depoimento gravado por Abdias, também estão contadas histórias de uma trajetória difícil, que inclui prisões e perseguição na época da ditadura. Ao mesmo tempo, Abdias rememora passagens engraçadas, como as confusões do tempo em que esteve no Exército, na década de 1930, e as viagens do grupo de poetas que se intitulava Santa Hermandad Orquídea pela América Latina. 

Direção: Fernando Bola

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Eric Hobsbawm: a importância do marxismo e da crítica à injustiça social


Eric-Hobsbawm
No último mês de outubro fez um ano do falecimento do historiador britânico Eric Hobsbawm. Para quem estuda história, é de conhecimento geral que Hobsbawm é uma das maiores referências em história contemporânea. Seu legado intelectual é vastíssimo e suas contribuições para a renovação do marxismo enquanto perspectiva teórica também foram importantíssimas. Detratores do renomado historiador já tentaram acusá-lo de cúmplice do stalinismo e apoiador de tiranias; nada disso, contudo, pode ser imputado a ele. Hobsbawm faz parte de uma geração de pesquisadores, como E.P. Thompson, Christopher Hill, Raymond Williams que não se dobraram aos direcionamentos reducionistas de certo marxismo nem descartaram o marxismo para a lata de lixo por conta dos direcionamentos totalitários que o socialismo ganhou no decorrer do século XX.

No início dos anos 1990, ele também contribuiu para uma coletânea de textos organizada por Robin Blackburn com o título “Depois da Queda: o fracasso do comunismo e o futuro do socialismo” (publicado no Brasil pela editora Paz e Terra e hoje disponível apenas em sebos), que reuniu a contribuição de variados intelectuais, além dele próprio e de Thompson, também de Norberto Bobbio, Habermas, Fredric Jameson, entre outros. Escrito no calor dos acontecimentos que resultaram no fim da União Soviética, os autores analisaram com bastante lucidez o significado histórico daqueles eventos, e, embora algumas análises possam estar superadas, ainda vale a pena a leitura.  Ler sua obra é tanto instigante (incluindo sua autobiografia, “Tempos Interessantes”), como também necessária para compreendermos as raízes de alguns mal-estares sociais e intelectuais de nossa época.

Em 1995, Hobsbawm concedeu uma entrevista para o jornalista Geneton Moraes Neto, e publicada em sua coluna no G1, em que esclarece a importância da União Soviética no século XX, em que sentido ele a apoiou, o significado da morte do marxismo, a importância da utopia enquanto motivação para a elaboração de perspectivas de futuro e da crítica à injustiça social, um dos pontos fortes do marxismo que não perdeu sua atualidade, entre outros temas. A entrevista permanece tão atual como há quase vinte anos. Eu havia guardado esse texto em meus arquivos e reproduzo aqui para reflexão.

Por Geneton Moraes Neto

Órfãos de Marx, saudosistas do socialismo, parem de chorar. Porque o que sumiu na poeira da História foi o chamado “socialismo real”, um equívoco cinzento feito à base de partido único, Estado onipotente, arte demagógica e imprensa oficialesca. Mas, desfeito o equívoco, abre-se agora “um vasto espaço para o sonho”, território livre para novas utopias. Quem garante é o historiador que conseguiu se transformar em guru dos historiadores, o marxista que fez a autópsia do socialismo : o britânico Eric Hosbawm.

Um acaso do calendário reúne a biografia pessoal de Hobsbawm a um dos principais acontecimentos do século XX : o historiador nasceu em 1917, ano em que Lenin escreveu a palavra bolchevique na história da Rússia. Quando ainda usava calças curtas, Hobsbawm virou comunista, se é que um menino de quatorze anos é capaz de enumerar três diferenças razoáveis entre “centralismo democrático” e pudim de chocolate. Passado o vendaval,ele faz uma avaliação sincera das ilusões que viveu.

Eis a entrevista, agora publicada pela primeira vez na íntegra :

GMN : Qual foi a maior ilusão política de Eric Hobsbawm ?

Hobsbawm : “Minha maior ilusão política foi acreditar que a União Soviética poderia ser uma alternativa de desenvolvimento para o Ocidente. Tal crença tomou corpo simplesmente porque, a certa altura do século XX, a economia capitalista mergulhou numa crise catastrófica, à qual a União Soviética parecia imune. Mas, principalmente depois dos anos cinquenta e sessenta, ficou claro que o socialismo soviético não iria cumprir suas promessas nem realizar suas potencialidades. A partir daí,muitos – como eu – deixaram de acreditar no que tinham acreditado quando jovens”.

GMN : O marxismo morreu ?

Hobsbawm (depois de longa pausa) : “Não. Em primeiro lugar,a crítica essencial que Marx fez ao capitalismo é necessária ainda hoje. Como historiador, digo que a abordagem marxista é extremamente útil para que se entenda como as sociedades mudam- não apenas as sociedades capitalistas mas também as sociedades socialistas, hoje inexistentes. Não há dúvida de que uma grande parte das crenças do marxismo já não pode ser considera válida. O fim do socialismo real deixou um enorme vazio”.

Hoje,um grande número dos que poderiam estar na esquerda – socialista ou revolucionária- já não sabe em quem acreditar”.

GMN : O senhor lamenta ter apoiado os governos soviéticos ?

Hobsbawm : “Não lamento, porque nunca vivi na União Soviética. Quem, como eu, apoiava os governos soviéticos não estava pensando na Rússia, mas em nossos próprios países e no resto do mundo. Porque, para o resto do mundo,a existência da União Soviética, ainda que fosse ruim para a Rússia, teve um desenvolvimento positivo. Sem a União Soviética, não teríamos vencido a Segunda Guerra.

Sem a União Soviética, o capitalismo não teria sido reformado, como foi, depois da Guerra. Os que, no Ocidente, foram marxistas ou apoiaram o movimento comunista não têm do que se lamentar, porque estavam apenas tentando alcançar, em seus próprios países, objetivos que eram bons. Quando tiveram a chance de mudar os seus países, mudaram para melhor. Mas,para tanto, pediram o apoio de um regime que impôs um enorme sofrimento ao povo russo – mais do que a qualquer povo”.

GMN : Qual foi o pecado capital do socialismo ?

Hobsbawm : “A falta de liberdade foi o pecado capital, particularmente para os intelectuais. Mas o pecado capital do socialismo foi acreditar que a economia poderia ser operada inteiramente através de um planejamento centralizado, sem a atuação dos elementos do mercado. Os consumidores, os cidadãos comuns, não tinham a liberdade de comprar o que queriam. O que existia,basicamente,era um exagero do papel do Estado Central como um arquiteto da nova sociedade.

Marx disse, em relação às suas teorias, que o importante não era interpretar o mundo,mas modificá-lo. Ficou provado que é mais difícil mudar o mundo através das linhas de análise marxista do que interpretá-lo. Além de tudo,o desenvolvimento dos partidos socialistas foi profundamente influenciado – e distorcido – pelo fato de que o marxismo tomou o poder na Rússia. O que aconteceu ? A União Soviética dominou por anos e anos o desenvolvimento do marxismo e do movimento comunista internacional, o que acabou provocando uma divisão – mais negativa do que perigosa – entre as duas facções do marxismo : os social-democratas e reformistas de um lado; os comunistas e revolucionários de outro”.

GMN : E qual é o pecado capital do capitalismo ?

Hobsbawn : “O pecado capital do capitalismo é a injustiça social. Isso quando nós falamos em termos morais. Em termos práticos, o pecado é que o capitalismo é um sistema que desenvolveu um mundo que precisa de administração e planejamento global – mas o próprio capitalismo não pode prover esta administração e este planejamento. O capitalismo, então, deixa o mundo com sérios e crescentes problemas, para os quais não encontra soluções”.

GMN : O senhor disse uma vez que “o problema básico da história marxista é descobrir como a humanidade passou da Idade da Pedra para a Idade do Átomo”. Se o marxismo não conseguiu, quem é que vai conseguir explicar ?

Hobsbawm : “Em primeiro lugar,não acredito que o marxismo tenha falhado na explicação do desenvolvimento da História. Eis um grande debate que se desenvolve entre historiadores e filósofos.A contribuição do marxismo permanece essencial. O que haverá é um marxismo modificado.A crença dos marxistas na determinação única do desenvolvimento econômico provou ser inadequada.Deve-se levar em conta a análise de fatores como a cultura e as idéias”.

GMN : Haverá lugar na história para uma nova tentativa de aplicar a idéia marxista de uma sociedade sem classes ?

Hobsbawm : “O socialismo real – tal como o tivemos até há poucos anos – não vai voltar. Mas há lugar, sim, para uma nova tentativa de construir uma sociedade de liberdade e de igualdade, em que os seres humanos terão a chance de desenvolver todas as suas capacidades. Eu espero que haja espaço para movimentos que favoreçam a justiça social”.

GMN : O fim do socialismo foi um choque para as esquerdas. Qual será o próximo sonho ? Um jovem arriscaria a vida para implantar uma sociedade liberal-democrata, como se arriscou antes por outros ideais ?

Hobsbawn : “Uma democracia liberal é algo pelo qual ninguém é capaz de morrer. Nem é bom que um jovem esteja preparado para morrer tão facilmente por uma causa. O fim do socialismo real deixou um enorme vazio. Hoje, um grande número dos que poderiam estar na esquerda – seja a esquerda socialista,seja a esquerda revolucionária – não sabem em quem acreditar”.

GMN : O vácuo pode criar espaço para novos sonhos ?

Hobsbawn : “Há um vasto espaço para o sonho. Mas também há o perigo de que esse espaço seja preenchido por um tipo errado de sonho : por sonhos nacionalistas, por sonhos racistas, por sonhos de ressureição de religiões fundamentalistas. De qualquer maneira, problemas como a pobreza e a desigualdade, cada vez mais presentes no desenvolvimento global da economia, assumem uma tal proporção que haverá certamente espaço para movimentos políticos que tentem resolvê-los”.

GMN : É possível prever que movimentos serão esses ?

Hobsbawn : “Alguns desses movimentos serão os antigos movimentos de esquerda. Há no Brasil, por exemplo, um partido de trabalhadores que é similar a partidos de massa que existiram no passado na Europa. Em muitas partes do Terceiro Mundo, há lugar para movimentos iguais aos que existiram antes. Não devemos, portanto, eliminar os movimentos do passado.

A verdade é que o vácuo ideológico será muito mais sério nos países desenvolvidos,os países ricos. Porque nestes países a crise da fé e das crenças – e também a mudança provocada pela extensão da industrialização a países do Terceiro Mundo – terão um efeito mais dramático”.

GMN :A desilusão das esquerdas dará, então, lugar a novos sonhos num futuro próximo ?

Hobsbawm :”É possível que sim,mas,felizmente,historiadores não são profetas.

Nós só tratamos do passado. Historiadores fizeram previsões que provaram ser inexatas. Hoje, com exceção dos instituto de pesquisas econômicas dos governos, todos são céticos na hora de fazer previsões…”.

GMN : Como é que a História vai julgar Fidel Castro ? Daqui a meio século,ele vai receber um julgamento positivo ou vai ser condenado como o último ditador comunista ?

Hobsbawm : “O julgamento será positivo, sem dúvida alguma. Fidel Castro será claramente a figura mais importante da história nacional de Cuba. Quanto à América Latina como um todo, Fidel Castro será um símbolo de libertação – ainda que as políticas de libertação que ele adotou não tenham sido bem sucedidas. Em todo caso, será visto não como um homem não muito bom ao governar o próprio país. Porque,sob o aspecto econômico,eles fez um péssimo trabalho. Por outro lado,as reformas sociais são absolutamente esplêndidas. Há fraquezas no regime cubano, mas Fidel Castro vai ter um papel bastante positivo nos julgamentos históricos do futuro”.

GMN : O senhor diz,na última página do livro “A Idade dos Extremos”,que, no final do Século XX, não sabemos para onde vamos. É bom ou é ruim não saber para onde caminha a humanidade ?

Hobsbawm :”Não saber para onde vamos é o destino da humanidade. Algumas vezes,o homem pensa que sabe para onde vai. Mas, em geral,a gente erra quando pensa que sabe”.

GMN : O senhor diz que o homem hoje tem a ilusão de que vive num “eterno presente”. Isso afeta a percepção da História ?

Hobsbawm : “O “eterno presente” é, em parte, resultado da quebra de relações entre as gerações e, por outro lado, conseqüência da sociedade de consumo. A desvantagem é que é impossível que as pessoas entendam a situação em que vivem sem que saibam como as coisas surgiram,antes. A maioria das pessoas na verdade gostaria de estabelecer tal continuidade entre elas e o passado. Não é fácil estabelecer tal continuidade hoje,porque as mudanças do mundo têm sido tão rápidas e tão profundas que a experiência de vida da maioria das pessoas é marcada pela descontinuidade”.

GMN : A televisão é culpada por criar a ilusão de que vivemos todos num eterno presente ?

Hobsbawm : “Sim. Mas este é apenas um aspecto de uma sociedade de consumo que atua satisfazendo os desejos e as vontades das pessoas a qualquer momento. A sociedade de consumo se interessa pelo que as pessoas fazem agora. A lógica do mercado é ganhar dinheiro com o que as pessoas vão gastar agora – não com o que vão gastar daqui a vinte anos”.

GMN : O senhor é freqüentemente citado na imprensa como “o maior historiador vivo”. Aceita o título ?

Hobsbawm : “É difícil julgar. Não me vejo como o mais importante historiador,mas é uma sensação agradável ver que as pessoas pensam que os livros que escrevi são importantes.Sinceramente,não me cabe julgar se essas pessoas estão certas.Em todo caso,penso que exageram….”.

GMN : Quem é Eric Hosbabwm,por Eric Hobsbawm ?

Hobsbawm : “Tudo o que posso dizer é que tento tentado ver como, num determinado período da História, as coisas se juntam para formar um todo. Porque existe, sim, uma conexão entre as diferentes partes da vida”.

( “O comunismo representou o ideal de transcender o egoísmo e servir a toda a humanidade,sem exceção “,escreveria Hobsbawm em 2002.”Emocionalmente, pertenço a uma geração ligada por um quase inquebrável cordão umbilical à esperança de uma revolução mundial, não importa o quão cética ou crítica diante da União Soviética”. Professor da Universidade de Oxford,Nial Ferguson perguntou,num artigo publicado sobre Eric Hobsbawm em setembro de 2002, no Daily Telegraph :

“Como pode um brilhante acadêmico cometer um erro político por tanto tempo – por cinquenta anos, para ser exato, período em que foi membro do Partido Comunista ? Como pode ele continuar a acreditar, como ele claramente faz, que alguma coisa pode ser salva da lamentável empresa de Lenin e seus asseclas ? A tragédia do comunismo – o que custou a vida de dezenas demilhões – é que um homem com a inteligência de Eric Hobsbawm não pôde ver – e ainda não pode – que o comunismo foi a negação tanto da liberdade quanto da justiça,em nome de um espúrio e falso igualitarismo”.

As simpatias pelo ideal comunista ainda hoje dividem historiadores. Quando uma edição de bolso do Manifesto Comunista apareceu – surpreendentemente – no terceiro lugar na lista de livros políticos mais vendidos publicada toda semana pelo Mail on Sunday,procurei Kenneth R. Minogue,titular da cadeira de Ciência Política da London School of Economics :

– É preocupante ver como um melodrama simplista como este Manifesto é tão popular – disse-me,na entrevista.Eu diria que é simplesmente notável a simplicidade de gente que acredita que um intelectual alemão – escrevendo em 1848 – possa entender a essência do mundo moderno. A um amigo que quisesse entender as tentações do totalitarismo,eu recomendaria que lesse o Manifesto Comunista e ouvisse aquela canção do musical “Cabaret” chamada “Tomorrow Belongs to Me” (“O Amanhã me Pertence”). Tanto o Manifesto como a canção exibem um belo otimismo e uma simplicidade de raciocínio que terminam levando à morte e à destruição.

Hobsbawm resumiria em três linhas,no parágrafo final do livro autobiográfico “Intersting Times” o que sente no início do século XXI :

- Não nos desarmemos, ainda que os tempos sejam insatisfatórios.A injustiça social ainda precisa ser denunciada e combatida.O mundo não ficará melhor por conta própria).

(*) Entrevista gravada em Londres, em 1995. A íntegra da entrevista com Eric Hobabawm – assim como com o filho do líder soviético Nikita Kruschev, com um general da KGB e com o agente encarregado de eliminar Leon Trotsky – foi publicada no nosso livro “DOSSIÊ MOSCOU”.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Documentário Arquitetura da Destruição

Documentário produzido e dirigido pelo cineasta sueco Peter Cohen e narrado por Bruno Ganz, que trata do uso da arte e da estética pela Alemanha nazista. Foi lançado originalmente na Suécia em 1989


terça-feira, 19 de novembro de 2013

CONQUISTA, 2013


Vitória da Conquista é polo de uma região formada por 11 municípios do norte do Estado de Minas Gerais e 89 municípios do Centro-sul e Sudoeste da Bahia, com uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes, que se espalha ao longo de 500 km, por 150 km de largura, da BR 101 às barrancas do São Francisco. Um quinto desse território era coberto pela Mata Atlântica; cerca de um décimo, pela Mata de Cipó autóctone do planalto; e em mais de três quintos predomina a vegetação xerófila da Caatinga. A cidade é circundada por um anel viário da BR 116 (Rio-Bahia), e dista 100 km, em linha reta, da divisa com Minas Gerais. Sua população fixa aproxima-se das 340 mil almas, sendo assim a terceira do Estado, após Salvador e Feira de Santana e a quarta do interior do Nordeste, depois de Teresina, Feira de Santana e Campina Grande. Sua população flutuante pode chegar aos 40 mil nos dias de pico.

Situada numa porção do altiplano, entre 900 a 1100 metros acima do nível do mar, Conquista tem clima ameno, com temperatura no verão que oscila entre 23oC e 32oC durante o dia, e 13oC e 22oC à noite. O inverno é frio, com temperatura mínima variando entre 6oC e 13oC, e a máxima, entre 16oC e 25oC.
A economia local, em produtos primários, é representada pela cafeicultura, com um potencial de um milhão de sacas/ano, e uma nascente cultura de eucaliptos, pela bovinocultura e agricultura de subsistência. Os serviços, com ênfase no Comércio, Saúde e Educação, representam mais de 60% do PIB, que é, per capita, quase 13 mil reais. Renda per capita esta que numa distribuição milagrosa permite que a cidade não possua uma única favela.

Nos serviços, destaca-se o Comércio com 9 mil estabelecimentos, 60 mil assalariados e mais de 10 mil dirigentes ou proprietários. Neste Comércio, aparecem três supermercados da rede Santo Antônio, dois do grupo Rondelli, dois hipermercados da rede Walmart, dois supermercados da rede GBarbosa e um superatacadão Carrefour, um grande shopping center e um segundo shopping, Boulevard, em construção. Alguns empreendimentos locaisultrapassaram os limites do Município e se transformaram em redes regionais e nacionais, dos quais os exemplos mais expressivos são as Lojas Insinuante, Silva Calçados e Comercial Ramos.

Vitória da Conquista dispõe ainda de duas emissoras de televisão e sete emissoras de radiodifusão.
A cidade conta com cerca de mil médicos em instituições públicas e clínicas privadas, e mil e duzentos leitos hospitalares. Apenas cirurgias para transplante de órgãos ainda não são realizadas nas clínicas locais.
As instituições superiores de ensino, quatro privadas (Faculdade Independente do Nordeste, Faculdade de Ciência e Tecnologia, Faculdade Juvêncio Terra, Faculdade Santo Agostinho em fase de instalação) e três públicas, representadas estas últimas pela Universidade do Sudoeste da Bahia, um Campus da Universidade Federal da Bahia e um Campus do Instituto Federal da Bahia, apresentam matrícula aproximada de 20 mil alunos, de graduação a pós-graduação, e contam no corpo docente com cerca de 200 doutores e 300 mestres. Metade destes 20 mil alunos são jovens habitantes de outros municípios da região. A Universidade do Norte do Paraná, atuando na Educação a Distância, tem em Conquista o segundo mais importante núcleo do Nordeste, com matrícula que ultrapassa 3 mil alunos.

Ao longo da história mais recente, foram implantados na cidade, construídos e mantidos pela Prefeitura, três estádios de futebol: o Edvaldo Flores, com assentos para 4 mil pessoas, o Murilão com assentos para 7 mil pessoas, e o Lomantão, podendo acomodar 15 mil espectadores, considerado o melhor estádio do interior da Bahia. Existem ainda, na sede do Município, 10 quadras cobertas, com arquibancadas para até 2 mil pessoas, e um ginásio de esportes e eventos, com capacidade para 7 mil espectadores.
Vitória da Conquista passa por uma fase de vertiginoso crescimento, associado a uma significativa carência de mão de obra qualificada para atividades de ponta. A ineficiência da educação fundamental e de segundo grau é medida nas avaliações efetuadas pelo Ministério da Educação. O crescimento se dá, principalmente, pela junção de fatores ligados a poupanças, propiciadas pelo comércio, e pelos serviços médicos e de educação superior privados. Tais fatores contribuíram para um “boom” na indústria da construção civil, elevando o consumo de concreto usinado a 85 mil m³ por ano, um pouco superior ao que se consome nas cidades de Ilhéus, Itabuna e Feira de Santana somadas.

Ressaltem-se ainda os serviços bancários existentes na cidade: cinco Agências do Banco do Brasil, sendo uma Estilo; três Agências da Caixa Econômica; duas Agências do Banco do Nordeste; três Agências do Itaú-Unibanco; quatro Agências do Bradesco; uma Agência do HSBC; uma Agência do Santander; uma Agência do Banco Panamericano e duas Agências de Cooperativas de Crédito locais.
A frota de automóveis e caminhonetes atinge 65 mil veículos, o que dá um veículo para quase cinco habitantes. A frota de motocicletas chega aos 30 mil.
O aeroporto local, operado pela Azul e Passaredo, tem uma frequência de 14 decolagens e pousos diários, fechando-se, frequentemente, devido a neblinas no inverno e bruma seca no verão.
O crescimento e desenvolvimento de Conquista são propiciados pela participação predominante da iniciativa privada, e pode sofrer acentuada desaceleração na próxima década, por culpa de alguns problemas não resolvidos na cidade e região. O serviço de abastecimento de água é precário; o aeroporto não pode receber aeronaves de maior porte, acima de 30 toneladas, e não dispõe de equipamentos para decolagens e pousos na ausência de visibilidade a olho nu. O centro da cidade tem trânsito caótico e congestionado, porinexistência de terminais rodoviários intermunicipais e intramunicipais na periferia, e inexistência também de um esquema articulado e dinâmico de transporte de massa, o que poderia ser pensado a partir de um Eixo VLT (Veículos Leves sobre Trilhos) oeste-leste, percorrendo o vale do Verruga, e indo da Lagoa das Bateias ao Campus da Universidade Estadual, com derivações em espinha de peixe para o norte e para o sul. Todo o transporte urbano converge para um único ponto, centro da cidade. As passagens de nível que cruzam o Anel Rodoviário em direção a Barra do Choça, Itambé e Brumado carecem de ser transformadas pela Concessionária da Rio – Bahia em trevos articulados com os diversos destinos. A construção de um Porto Seco é indispensável, a fim de que a carga e descarga de caminhões pesados não sejam feitas dia e noite e por toda parte, obstruindo o trânsito de pedestres e automóveis. A construção de um Centro de Abastecimento, assim como a implantação de um Centro Administrativo, que reunisse todas as repartições municipais, na periferia aliviaria ainda mais o trânsito no centro.

A vinculação definitiva das cidades do Norte de Minas Gerais a Vitória da Conquista seria garantida com a pavimentação dos pequenos trechos de estradas, ligando Maiquinique a Jordânia (35 km), Encruzilhada a Mata Verde (30 km), Cordeiros a São João do Paraiso (30 km), Mortugaba a Montezuma (21 km), Carinhanha a Manga (64 km) e, dentro do Estado, Condeúba a Mortugaba (47 km)
A Educação Básica encontra-se sob a responsabilidade do Município (40 mil alunos), do Estado (20 mil alunos) e da Iniciativa Privada (13 mil alunos). A Educação de Nível Médio (17 mil alunos) é toda ela de responsabilidade do Estado, a exceção de quatro centenas de alunos matriculados no Ensino Técnico Federal. Providências precisam ser tomadas a fim de que se adquira, na Educação Básica e de Nível Médio, qualidade significativa, ou, no mínimo, se recupere a qualidade de outrora. Ressalte-se também a necessidade de que se implante a Universidade Federal do Planalto de Conquista e se elabore um programa de ensino técnico público, para que seja oferecida oportunidade de boa formação às populações mais carentes.

No que diz respeito ao meio ambiente, é indispensável a despoluição e drenagem do Córrego Verruga, transformando as áreas verdes que o ladeiam em parques e áreas de lazer. Assim como encetar e manter um programa contínuo de arborização das vias públicas, e redimensionar e adequar a iluminação pública da cidade.

Na Cultura, Conquista possui um Conservatório Municipal de Música, duas escolas de música privadas, três teatros, uma Biblioteca Pública Central, quatro auditórios para mais de trezentas pessoas, um complexo de eventos (Miraflores) para mais de 10 mil pessoas, quatro museus, uma Casa da Cultura e uma Academia de Letras.

O cineasta Glauber Rocha, o compositor Elomar Figueira e o poeta Camilo de Jesus Lima são filhos desta região, onde também nasceram Aristides Spinola, César Zama, Plínio de Lima, Hermes Lima, Milton Santos, Abílio César Borges, Lafaiete Spinola e Rodrigues Lima. É o Sertão da Ressaca expandido até o Velho Chico, e que tem Vitória da Conquista como fulcro e capital.
Até agora os governos, em todos os níveis, não se preocuparam em identificar, na estratégia global de desenvolvimento do país, a vocação industrial deste Planalto e sua Metrópole. Tampouco cuidaram de induzir a implantação de indústrias capazes de alavancar o Produto Interno Bruto e o Desenvolvimento Sustentável da região.

Fonte: http://www.blogdaresenhageral.com.br/conquista-2013/#more-164872

Utopia e Barbárie

Sinopse
O filme Utopia e Barbárie Retrata e interpreta o mundo pós-segunda guerra mundial e suas transformações; as utopias que nele foram criadas e as barbáries que o pontuaram.
Descreve o desmonte das utopias da geração sonhadora de 1968 e analisa a criação de novas utopias neste mundo globalizado.

Titulo no Brasil: Utopia e Barbárie
Data de Estréia: 23/04/2010
Gênero: Documentário
País de origem: Brasil
Ano de lançamento: 2010
Tempo de duração: 120 minutos
Direção: Silvio Tendler
Estudio: Caliban Produções Cinematográficas
Faixa etária: Livre

sábado, 9 de novembro de 2013

Rock ‘n’ Aula

O grupo faz sucesso nas escolas de Blumenau (SC), e a criançada se empolga com o estilo rock-pedagógico. (Divulgação)

Professor catarinense usa músicas próprias para cantar e ensinar Revolução Industrial, Iluminismo e outros marcos
A proposta inicial, pensada pelo vocalista, guitarrista e professor Christian Machado, de Blumenau (SC), era ensinar história de uma maneira diferente e mais prazerosa. Mas a banda Pré-Histórica foi além. Preparando-se para o lançamento de seu primeiro álbum, que deve sair ainda este ano e de forma independente, o grupo formado em 2012 segue realizando shows em escolas e festivais de rock locais, e cativando um público cada vez maior.

“O pioneirismo foi da Inglaterra / mas a Revolução se espalhou / modificando toda a sociedade / fazendo do lucro uma prioridade”, ensina a letra de “Revolução industrial”, um dos hits da banda. A ideia é que as canções possam ser utilizadas em sala de aula não só por ele, mas por outros educadores. Desde a sua formação, a banda tem mantido o estilo “rock-pedagógico”, com uma pegada de blues vez ou outra, adornando as composições e os arranjos próprios.

“O projeto surgiu quando vi que músicas próprias eram melhores em sala de aula do que as famosas paródias. A melodia original confundia o aluno. Uni o útil ao agradável, quando percebi que as notas dos meus alunos melhoravam [com o método]”, orgulha-se o professor.

Quando, em 2010, Christian começou a compor as letras inspiradas em temas históricos – como Iluminismo, Igreja medieval e a vinda da Família Real para o Brasil, além da famosa Revolução Industrial – ele ainda não havia pensando na formação original da banda. Foi apenas em 2012 que convidou seu ex-aluno Gabriel Day, o Gabes, e seu amigo Ricardo Bordgnion para ingressarem no projeto. Só naquele ano, eles fizeram mais de 20 shows em escolas e festivais, como o “Rock in Rio”. “Não o famoso, do Rio de Janeiro, mas o de Rio Negrinho, no interior de Santa Catarina”, brinca Day.

Desde que a Pré-Histórica foi montada, o público aumentou. O vocalista Christian credita o sucesso à pegada jovem da banda. “As músicas são altamente didáticas e de fácil assimilação, pois têm uma linguagem voltada aos jovens, mas lógico que sempre será necessária a ajuda de um professor para realizar a apreensão. Houve uma procura gigantesca pela banda e por nossas músicas, minhas explicações e até mesmo shows depois que saímos na revista Guia Estudantil”.

Mesmo com o CD ainda a caminho – e que fala de pré-história, descobertas marítimas, monarquias nacionais e Semana de Arte Moderna – os integrantes da banda afirmam ter material suficiente para mais dois. O baixista Gabes não nega o gostinho da fama: “Gosto de tocar ao vivo, é legal quando o público participa e é incrível ver como muitos já sabem cantar alguns refrãos! Estamos longe de ser popstar, mas é legal ver que a criançada no colégio gosta de rock e acaba aprendendo com nossas músicas”.
Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/rock-n-aula

Podemos aprender algo com a História?

avô e neto

Se os fatos que nos precederam pertencem agora ao decreto irrevogável do passado, se estiveram em contextos muitas vezes distintos da situação que agora vivemos, podem esses fatos ensinar algo para os homens de hoje? Para início de reflexão, poderíamos pensar a partir do prisma individual. Nem todas as histórias que nossos pais e avós nos contavam serviam simplesmente para apaziguar nossa sedenta curiosidade por saber como era a vida em tempos pregressos, sem eletricidade, internet ou qualquer uma de nossas modernas mordomias tecnológicas. Muitas histórias nos foram contadas a título de exemplos de vida. Nossos avós e pais nos contavam fatos de suas vidas ou de pessoas próximas para nos darem lições sobre erros e acertos passados.

O objetivo de nossos familiares com essas histórias de suas vidas era simplesmente uma transmissão oral daquilo que chamamos de experiência. Queriam ensinar a nos precavermos dos erros através das experiências de vida que passaram. Naturalmente, existem questões circunstanciais distintas entre o que nossos pais e avós passaram e as coisas que vivemos, mas há também aprendizados morais, princípios perceptíveis através das entrelinhas dos fatos. Sendo a sociedade formada por homens (não, a sociedade e o tão falado “sistema” não são entes abstratos que se movem por força própria: são movidos pelas pessoas que os compõem), não poderiam valer os aprendizados para os homens também enquanto conjunto, enquanto sociedade?

Os contextos culturais e as circunstâncias mudam frequentemente na História humana, entretanto, existem fatores que são comuns a todo ser humano, posto que possuímos a mesma natureza. Os homens que nos precederam foram de carne e osso como nós. Tinham as mesmas faculdades humanas: inteligência, vontade e sensibilidade. Em todas as épocas os homens experimentaram o sofrimento, o júbilo, os prazeres, os vícios e as virtudes…

Antigamente dizia-se com prontidão na língua à temida pergunta “para quê serve a História?”: “para aprender com os erros do passado e não repeti-los no futuro”. O século XX, com o seu auge de extremismos, genocídios, totalitarismos, guerras com maiores proporções de destruição dentre outros problemas, pareceu ter posto em xeque o antigo adágio. Realmente, em um primeiro olhar para a História, especialmente se tivermos tendências pessimistas, nos parecerá que não só o ser humano não aprendeu nada com os erros passados, como também soube refinar e inovar sua malícia e crueldade. Trata-se, entretanto, de um olhar apressado. Enxergando a História dessa forma, estamos apenas atentando para um dos lados da moeda. O joio mistura-se e camufla-se no meio do trigo, mas o trigo ainda está lá.

Ao lado das atrocidades e das ideologias totalitárias encontra-se o progresso técnico, o amadurecimento de algumas noções morais, políticas, sociais, etc, embora não na mesma intensidade e ritmo em todos os lugares, como facilmente podemos depreender. E sempre, em todas as épocas, temos exemplos de pessoas que agiram retamente – muito embora certas correntes históricas nos queiram fazer crer que os homens sempre agem movidos pela economia, pelo sistema ou coisa semelhante. Se o meio – ou contexto histórico – interfere no agir humano, é igualmente certo afirmar que não o determina.

Para os antigos gregos e romanos, a História era muitas vezes vista e relatada como uma sucessão de atos humanos; uma coletânea de vícios e virtudes. E essas ações, virtuosas ou viciosas, eram vistas como principal causa dos acontecimentos históricos. Por mais diversos que sejam os contextos, há em comum o elemento humano: no final das contas, a História realmente é um conjunto de atos humanos, com suas moralidades e responsabilidades.

As sociedades podem aprender com a História, mas sempre em um ritmo lento e incerto, pois estas sociedades são compostas por distintos homens que encaram a moral de formas diferentes, tendo intencionalidades e motivações igualmente distintas uns dos outros. Individualmente, contudo, podemos aprender mais se olharmos a História com reta intenção. Afinal, aprende-se muito mais fácil com a experiência própria, quando se experimenta as vicissitudes da vida na própria pele, mas é também verdade que podemos aprender com a experiência alheia, com os exemplos que nos são contados, com os conselhos que nos dão. Trata-se, contudo, de um ato livre, responsável e consciente: percebermos e aceitarmos o ensinamento que a experiência alheia nos mostra. Isso é certamente mais difícil do que a experiência própria, pela qual aprendemos “na marra”.

Certamente não podemos, pelo simples ensino da História, impedir que os homens repitam os erros do passado (muitas vezes julgando estarem fazendo uma grandiosa novidade…) ou induzi-los a repetir os feitos notáveis, mas podemos, individual e conscientemente, aprender com os exemplos de outras épocas (tendo o discernimento para compreender as eventuais diferenças contextuais e circunstanciais), tal como podemos aprender com a experiência que nos é transmitida por nossos familiares e pessoas próximas. No final das contas, a História é, em um de seus aspectos, um grande conjunto de experiências pessoais. Assim, podemos pensar na máxima ciceroniana da Historia magistra vitae (História mestra da vida), não em um sentido absoluto, mas naqu
Fonte:http://revistavilanova.com/podemos-aprender-algo-com-a-historia/

O mito da preguiça baiana

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Recentemente durante um show, o mineiro Rogério Flausino, cantor da banda Jota Quest, disse que “baiano não trabalha”. Não faz muito tempo que a baiana Gal Costa publicou no Twitter: “como na Bahia as pessoas são preguiçosas”. Eles dois reproduziram o mito da preguiça baiana, mesmo que em situações diferentes, Rogério brincava com o público de Salvador e Gal reclamava de um serviço não prestado, mas, de qualquer forma, ofenderam o povo da Bahia.

Só que a ideia da preguiça baiana vem de muito antes das redes sociais e dos programas humorísticos da televisão. Foi romanceada por Jorge Amado, cantada por Dorival Caymmi e vendida pela indústria do turismo: “quer descansar? Vem para a Bahia, estado da alegria, onde a festa nunca termina…”

A coisa é tão séria que virou tese de doutorado – e livro. A antropóloga Elisete Zanlorenzi foi investigar a questão, desvendou a origem do mito e foi até notícia. Leia o que publicou o jornal Folha de São Paulo, em 2005:

Segundo a pesquisadora, a caracterização do baiano como preguiçoso começa com as grandes migrações de nordestinos, genericamente chamados de “baianos”, para o sul do País. Os recém chegados, ainda sem emprego, alojavam-se em cortiços ou favelas. “Estas condições contribuíram para que o termo baiano fosse associado a outros como sujo, desorganizado, não produtivo e, finalmente, preguiçoso”, explica Elisete.

Um outro aspecto interessante que contribuiu com a associação da Bahia à preguiça está ligado ao discurso de baianos famosos como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gal Costa, e Maria Bethânia. “Eles chegavam no eixo Rio-São Paulo afirmando serem preguiçosos. Era como dizer: eu não sou daqui”, analisa a pesquisadora.

Em sua tese, Elisete menciona outros quatro motivos para a formação do mito da preguiça baiana: a industrialização tardia de Salvador, a indústria do turismo, que mostra somente o aspecto divertido da festa, o discurso da imprensa, que transmite apenas o lado trágico das migrações, e a indústria da seca, que forjou uma imagem do nordeste ligada à incapacidade profissional para justificar a necessidade de investimentos na região.

Enquanto isso, as piadas continuam…
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Fonte:http://www.linkconquista.com.br/linkado.php?id=18460

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Livros indispensáveis na vida de um historiador

Foi elaborada uma lista com os 17 livros indispensáveis na vida de um historiador(a). A lista servirá de guia para todos os estudantes ou até para os que já possuem formação. Veja o resultado! Relação dos 17 livros indispensáveis na vida de um historiador(a): 

 Apologia da História (Marc Bloch) 

 Raízes do Brasil (Sérgio Buarque de Holanda)

 Casa-Grande & Senzala (Gilberto Freyre)

 Era dos Extremos (Eric Hobsbawm) 

 História e Memória (Jacques Le Goff )

 Formação do Brasil Contemporâneo (Caio Prado Júnior)

 O Queijo e os Vermes (Carlo Ginzburg) 

 Domínios da História (Ciro Flamarion Cardoso)

 Mitos, Emblemas, Sinais (Carlo Ginzburg)

 A Escrita da História (Peter Burke) 

 A Ideologia Alemã (Friedrich Engels)

 O Capital (Karl Marx)

 Como se escreve a História (Paul Veyne)

 A Escola dos Annales (Peter Burke) 

 A Escrita da História (Michel de Certeau)

 O Príncipe(Nicolau Maquiavel) 

 Passagens da Antiguidade para o Feudalismo (Perry Anderson)

 – 4 votos Fonte: Rede histórica

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Projeto de professora de escola pública conta com parceria de Maria Bethânia


Professora Vânia formulou um projeto pedagógico baseado no DVD Brasileirinho, de Maria Bethânia. Alunos descobriram o endereço eletrônico de Maria Bethânia e entupiram a caixa de emails da cantora, a ponto de ela entrar em contato.



Quem é que não gosta daquele professor que tem um jeito especial de ensinar?  Que consegue prender a atenção dos alunos de uma forma diferente? O Fantástico mostra a história da professora Vânia e revela por que na aula de história dela, ninguém dorme e ninguém falta.

O que faz o rei da Gazeta não perder uma aula de história?

“Eu não gosto muito de assistir aula não. Eu fico lá no pátio. Mas como é aula da professora Vânia, eu até venho, assisto”, disse Igor Barreto, de 17 anos.

E que fama seria essa, a da professora Vânia na escola?

“Que era engraçada, que ela não era uma professora normal, que dava aula normal”, destaca o estudante Rafael de Jesus, de 17 anos.

Ou seria normal dar à prova um peso mínimo?

“A prova é aquela ditadura dos conteúdos rígidos e engessados”, diz a professora Vânia Correia Pinto.

Banir a decoreba do ensino?

“O pensamento crítico, espontâneo, não passa por essa memória”, destaca.

Evitar longas exposições de conteúdo?

“Eu me torno um livro falante”, afirma.

A aula de história mais concorrida do Rio de Janeiro é uma grande festa. Mas não tem nada de oba, oba. Há mil conexões possíveis entre a letra de ‘Purificar o Subaé’ e o conteúdo escolar.

“A gente vai falar sobre os rios que tão poluídos e tão trazendo muita doença pras pessoas”, explica Gabriel Guintanilha, de 17 anos.

E assim a canção de Caetano Veloso vale por um bimestre.

“Se o rio do Caetano é poluído, a casa deles, ao lado da escola, nós temos um rio poluído também. Então eu achei interessante eles perceberem isso, que a gente falou do rio de lá, mas também pode falar do rio de cá”, explica a professora.

A professora Vânia formulou um projeto pedagógico baseado no DVD Brasileirinho, de Maria Bethânia. Ela teve um estalo, ao assistir a um show da cantora.

“Eu olhei assim e falei: ‘gente, isso é uma ópera da história do Brasil’. O homem branco chegando aqui no descobrimento. Depois ela fala dos escravos africanos vindo pra cá. Depois ela passa pelos índios, pelo sertão do Guimarães Rosa”, destaca a professora.

O desempenho escolar melhorou, as notas do Enem subiram.

Os alunos descobriram o endereço eletrônico de Maria Bethânia e entupiram a caixa de emails da cantora, a ponto de ela entrar em contato.

“Falou assim: ‘professora, eu gostaria de saber o que está acontecendo nessa escola’”, revela Vânia.

Foi o início de uma parceria. Maria Bethânia passou a mandar sugestões para as aulas, dando um sopro de estímulo à professora que lutava contra a precariedade da escola pública.

“Eu estava, assim, cansada daquela história do samba de uma nota só, que a escola tá ruim, eu não vou fazer um bom trabalho porque eu não tenho estrutura, porque eu não tenho isso, não tenho aquilo”, conta.

A fé na educação como valor nunca foi perdida.

“Eu vejo esse valor. Esse valor acontece dia a dia, na sala de aula, eu e meus alunos. Agora, eu acho que do ponto de vista da sociedade tá faltando muito ainda”, afirma.

Mas algo começa a mudar, quando uma diva da música popular brasileira, resolve aparecer, em pessoa, para a apresentação anual dos trabalhos de história.

Fantástico: Você estudou em escola pública?

Maria Bethânia: Estudei, graças a deus.

Fantástico: Qual a lembrança mais marcante que você tem da escola pública?

Maria Bethânia: De muita alegria. Esse clima parece muito com o que eu vivi. Festivo, alegre, comemorativo, aprendizado, com rigor, com disciplina, mas com muito prazer.

A ideia de fazer do aprendizado a celebração permanente da alegria e da curiosidade dos adolescentes não poderia ter outro desfecho que não fosse mesmo uma grande festa. A maior inspiração das aulas de história da professora Vânia escolheu um cantinho da plateia pra testemunhar o efeito que a música tem sobre esses garotos.

Bethânia se divertiu a valer. Dançou, morreu de rir com os professores e aplaudiu a orquestra Maré do Amanhã.

Subiu ao palco, de pés descalços, para declamar o poema de um aluno. E se encantou com o que viu.

“Uma escola pública brasileira! Por isso que eu sempre falo: ‘é possível, sim, uma boa e plena educação nas escolas públicas brasileiras’”, destaca a cantora.

Ela cumpre essa rotina desde 2006, com discrição e sem alarde.

Vânia: Oito anos de brasileirinho, e a Bethânia vem acompanhando de forma solidária, anônima. São muitos shows. Os meninos vibram. A gente está sempre arrumando uma desculpinha, né? Pra gente estar junto.

Bethânia: A gente faz quietinho.

Fantástico: Mas agora o Fantástico já descobriu e nós vamos contar pra todo mundo.
Bethânia: Agora, pronto, agora, pronto!

Agora, pronto. Todos saberão como é que se começa a mudar um país.

“Um bom começo tem sempre um bom professor, não é assim?”, questiona Vânia.
Fonte:http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2013/10/projeto-de-professora-de-escola-publica-conta-com-parceria-de-maria-bethania.html


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

O que os super-heróis dos quadrinhos podem ensinar sobre a história dos EUA

Os quadrinhos da Marvel e da DC não são mera diversão - eles refletem muito da situação dos Estados Unidos no período em que foram criados. Dê uma olhada no que há por trás da criação do seu herói favorito


1938- Superman
Primeiro super-herói dos quadrinhos, ele inaugurou a chamada Era de Ouro das HQs. O desemprego e a fome que atingiram os Estados Unidos nesse período fizeram a violência crescer a níveis assustadores. Oriundo do extinto planeta Krypton, o Homem de Aço combate o crime usando seus poderes (entre os quais não se inclui o de voar, que só apareceria tempos depois).



1939- Batman
Também seguindo a onda de combate à violência, o primeiro herói mascarado, Batman, surge para aterrorizar os criminosos. No entanto, ele é humano, e suas únicas armas são um arsenal de apetrechos e a inteligência excepcional. Nas primeiras histórias, usava armas e matava.



Março/1941- Capitão América
O mundo mergulha no caos da Segunda Guerra. Mesmo antes de seu país ingressar no conflito, o Capitão América combatia os nazistas com um escudo em forma de diamante (depois ele ficou redondo), um uniforme bandeiroso e a vontade férrea de dar fim aos inimigos da democracia. Embora datada de março de 1941, sua primeira edição foi distribuída em dezembro de 1940.

Dezembro/ 1941 -  Mulher-Maravilha
A primeira super-heroína fez sua estréia no mesmo mês em que os japoneses atacaram a base naval americana de Pearl Harbor, no Havaí - evento decisivo para a entrada dos Estados Unidos na guerra. A Mulher-Maravilha é uma princesa amazona dotada de poderes mitológicos e do laço da verdade. Ela já dava surra em vilões muito antes de o feminismo dar sinal de vida.


1956- Flash
Começa a Era de Prata (década de 50), e a criação da bomba atômica desperta o temor de um conflito. É a hora dos heróis tecnológicos. Banhado por produtos químicos e atingido por uma descarga elétrica, Barry Allen se transforma em Flash (este, na verdade, é o segundo Flash. O primeiro é de 1940).

1961- Quarteto-Fantástico
O Quarteto Fantástico inaugura a Era Marvel, na qual, em vez de aliens ou justiceiros mascarados, os heróis eram seres humanos comuns que adquirem superpoderes. No caso do Quarteto, eles vieram após exposição a raios cósmicos ocorrida num vôo espacial. No mundo real, Estados Unidos e União Soviética, em plena Guerra Fria, davam início à corrida espacial.


1962- Homem-Aranha
Cheio de crises de consciência, o herói dispara suas teias em meio aos arranha-céus de Nova York. O Homem-Aranha, que ganhou poderes após ser picado por um aracnídeo radioativo, combate o mal armado do mesmo estoicismo com que atura as broncas do chefe ranzinza.



1963- X-Men
Aqui, a nova geração de heróis já nasce superpoderosa, dotada de um fator mutante em seus genes que os torna odiados e perseguidos pela humanidade. São os X-Men, que sofrem na pele o preconceito racial que então dividia os americanos entre brancos e negros. É a época de Martin Luther King e Malcolm X, líderes negros que polarizaram a cruzada pela tolerância racial nos anos 60.



1974- Wolverine
A Guerra do Vietnã estraçalha o sonho de paz do mundo, enquanto a crise do petróleo e o escândalo de Watergate lançam os americanos num período de descrédito em relação aos políticos. Nasce um herói cínico e violento, como convém a esses tempos de crise: Wolverine, o mutante politicamente incorreto dotado de um fator de cura que o torna invulnerável a qualquer tipo de ferimento.


1992- Spawn
A queda do Muro de Berlim e o fim do comunismo na União Soviética dão início à globalização. Perto do novo milênio, as profecias apocalípticas e o misticismo explodem. Surge Spawn. O ex-agente da CIA Al Simmons morre e, no inferno, é recrutado para lutar no exército de Lúcifer contra as forças celestiais. Apanhado entre dois mundos, Simmons age como um herói atormentado.


Desde Superman, criado na década de 30 para levantar o moral do povo americano durante a Grande Depressão, os super-heróis povoam os quadrinhos. Separados por eras, de acordo com sua criação (da Era de Ouro, nos anos 30, à Era Image, nos anos 90), eles refletem, em maior ou menor grau, o mundo real.há por trás da criação do seu herói favorito

Texto: Marco Moretti (Aventuras na História dez/2005) | 06/07/2012 21h06
Fonte:http://guiadoestudante.abril.com.br/fotos/super-herois-quadrinhos-podem-ensinar-historia-eua-692001.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super#10

Lei 10.639/03 - Historia da África nas escolas: Uma entrevista com a historiadora Marina de Mello e Souza e Rachel Rua Bakke


Lei 10.639/03 - Historia da África nas escolas: Uma entrevista com a historiadora Marina de Mello e Souza e Rachel Rua Bakke
Marina de Mello e Souza

1º Bloco -- História da África / Marina de Mello e Souza
Nesse vídeo veremos a uma entrevista com a historiadora Marina de Mello, sobre a inclusão do ensino da cultura e da história da África no currículo das escolas brasileiras. Vamos ver como tem sido o ensino da cultura Afro-Brasileira nas escolas e as diversas dificuldades que os professores enfrentam a transmitir esse assunto.

Ederson Granetto entrevista a historiadora Marina de Mello e Souza, do departamento de História da Universidade de São Paulo, sobre a inclusão no currículo das escolas brasileiras do ensino da cultura e da história Afro-brasileira. Em 2003, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação foi alterada para determinar essa inclusão, privilegiando a História da África e dos africanos, a vida dos negros no Brasil, a Cultura Negra Brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
2º Bloco -- Cultura Afro-Brasileira / Rachel Rua Bakke.

Ederson Granetto entrevista a antropóloga Rachel Rua Bakke sobre o ensino da cultura Afro-Brasileira nas escolas e sobre as dificuldades enfrentadas pelos professores ao tratar do tema.



Fonte :http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/lei-10-639-03-e-outras/21202-lei-10-639-03-historia-da-africa-nas-escolas-uma-entrevista-com-a-historiadora-marina-de-mello-e-souza-e-rachel-rua-bakke

domingo, 29 de setembro de 2013

Os 10 melhores sites e blogs de História do Brasil


FEVEREIRO 16, 2012 POR INFOENEM
O novo modelo do Enem, assumido desde 2009, tem como um de seus fortes argumentos o rompimento da quantidade de conteúdo exigido nos vestibulares tradicionais, valorizando a capacidade de interpretação e a interdisciplinaridade dos estudantes.
Entretanto, observamos que os estudantes com melhor classificação no exame ainda são aqueles que acumularam, ao longo do ensino médio, uma enorme carga de informação.
Ou seja, a receita para o sucesso no Enem, por mais que este venha revolucionando a forma de acesso às universidades, continua a mesma: muito estudo e leitura.
Pensando nisso, e de olho nos conteúdos que o MEC ressalta que são cobrados no Enem, o InfoEnem iniciou em fevereiro uma série de publicações semanais que destaca os 10 melhores sites e os 10 melhores blogs de cada disciplina. Assim separamos devido as diferentes propostas. Os sites trazem os conteúdos mais fixos. Já os blogs, atualizações e boas matérias.
Vale ressaltar que todos os sites e blogs recomendados em nossa série, de uma maneira ou de outra, podem ajudar nos estudos dos vestibulandos.
Evidentemente, devido a grande quantidade de informação que a internet traz, alguns sites e/ou blog podem injustamente ficar de fora. Deixe seu comentário sugerindo outros espaços  e/ou criticando nossas escolhas. Concordando ou discordando de nossa lista e notas, sua opinião é muito importante.
É hora da História.

Os 10 melhores sites de História do Brasil:
Para os sites, nosso critério de escolha leva em consideração 5 tópicos que julgamos serem imprescindíveis e que atribuímos uma nota de zero a dez. Após a tabela, segue a descrição do que foi avaliado em cada tópico.
Para o InfoEnem, esses são os 10 melhores sites de História.


SiteConteúdoNavegaçãoAparênciaInteratividadeAtualização
www.historianet.com.br108877
www.sohistoria.com.br10101098
www.historiadomundo.com.br99967
www.professordehistoria.com99967
www.tg3.com.br109867
www.historiadobrasil.net88867
www.infoescola.com/historia87767
www.historialivre.com87888
www.suapesquisa.com/historia98867
www.mundoeducacao.com.br/historiageral98857

Conteúdo: diz respeito a quantidade e qualidade de todo o material oferecido pelo site,  como listas de exercícios, dicas, curiosidades etc.
Navegação: tem relação com a divisão e disposição do conteúdo no site, além da velocidade com que as páginas abrem. Quanto mais fácil e rapidamente você encontrar o que procura em um site/blog, melhor sua navegação.
Aparência: consiste na organização da página, como cores utilizadas, quantidade de anúncios de publicidade, logotipo (se houver), disposição do cabeçalho, corpo e rodapé.
Interatividade: envolve a parte do conteúdo que promova maior entretenimento, como jogos, vídeo aulas, apresentações com animações etc.
Atualizações: neste tópico consideramos a frequência com que os sites publicam notícias e artigos, assim como atualizam dados de suas páginas.
Os 10 melhores Blogs de História do Brasil:
Lembramos nossos leitores que, diferentemente dos sites, os blogs tem como principal característica trazer bons artigos relacionados às disciplinas. De uma forma geral, esses espaços não oferecem grande quantidade de conteúdos, entretanto compensam com a qualidade, trazendo leituras complementares e mais específicas.
Assim, utilizaremos os seguintes tópicos: Atualização, conteúdo e aparência. Segue abaixo os 10 melhores blogs de História do Brasil:
BlogConteúdoAparênciaAtualização
www.historiadigital.org999
www.histosofia.com.br1099
cafehistoria.ning.com898
bloghistoriahoje.wordpress.com875
historiaagora.com.br877
hid0141.blogspot.com967
historica.me/profiles/blog778
saibahistoria.blogspot.com788
www.universodahistoria.blogspot.com986
umprofessordehistoria.blogspot.com977
Fonte: http://www.infoenem.com.br/os-10-melhores-sites-e-blogs-de-historia-do-brasil/